sábado, 10 de novembro de 2012

"Histórias de Arcanjo - um documentário sobre Tim Lopes"




Foto Mauren McGee


Um jovem, mas nem tão jovem assim, filho do jornalista Tim Lopes, decidiu fazer um documentário sobre a vida do pai. Bruno Quintella é jornalista e trabalha na TV Globo. Ele foi até a PUC-Rio e falou do filme, da vida jornalística e, claro, do pai.

A ideia começou em 2004 quando o cinegrafista e amigo pessoal de Tim, Guilherme Azevedo procurou Bruno nos corredores da emissora, onde ambos trabalham. Mas apenas em 2009 os dois registraram o argumento do documentário na Biblioteca Nacional. Em 2010, os depoimentos começaram a ser gravados. Amigos, colegas que trabalharam com ele e pessoas que compartilharam da vida pessoal de Tim foram ouvidos.

Na construção do trabalho, Bruno conheceu mais o jornalista Tim Lopes. Para ele, as reportagens do pai eram como mini documentários. Tim tinha uma característica de falar pouco em suas matérias e dar voz aos seus personagens. Outra característica destacada pelo filho era o jornalismo humano do pai. Para Bruno, explorar sentimentos não é jornalismo humano. Ele chegou a citar casos recentes como exemplos, como o de Isabela Nardoni e o massacre da escola de Realengo. 

Tim Lopes e Bruno Quintella

O Bruno também abordou duas questões sobre a rotina jornalística. A primeira foi sobre os profissionais que migraram do impresso para o telejornalismo. Enquanto o jornalista da TV fazia apenas o feijão com arroz da matéria, o jornalista do impresso precisava apurar muitas informações para conseguir escrever mais. Por isso, matérias consagradas no telejornalismo são de repórteres que migraram do impresso. A segunda questão foi sobre o “jornalismo sentado”, ou seja, o repórter que deixa de gastar sola de sapato para ficar na frente do computador. Essa situação, segundo o Bruno, denota nas redações atualmente uma atitude correta. Enquanto o profissional que está na rua, “está voando, dando migué”.

Bruno ainda deu a visão dele sobre jornalismo investigativo, “Jornalismo investigativo não é jornalismo de morro, não é jornalismo policial” e complementou, “Jornalismo investigativo é, às vezes, você botar uma roupa e pegar um trem”.


Curiosidades

Uma seleção de fotos do Making of do Histórias de Arcanjo, retiradas da página do documentário no facebook. Fotos Mauren McGee.




























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