segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Primeiro Prêmio Esso de Jornalismo (1956)

Página do site do Prêmio Esso



Partiu do jornalista Ney Peixote do Valle a ideia da criação de um prêmio voltado para o reconhecimento do trabalho dos profissionais das redações. Repórter político do Diário Carioca, ele deixou a impressa em 1953 para trabalhar na companhia Esso. Para dar credibilidade ao projeto, uma das primeira medidas de Valle foi buscar parceria com a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), presidida por Herbet Moses.

Com o apoio da ABI e participação exclusiva de jornalistas na comissão julgadora, o projeto da empresa petrolífera conduzido por Ney Peixoto do Valle saiu do papel. Em 1956, foi lançada a primeira edição do Prêmio Esso de Reportagem, mais tarde rebatizado de Prêmio Esso de Jornalismo. A comissão julgadora era formada por nomes que participaram do processo de renovação e aperfeiçoamento dos padrões técnicos do jornalismo brasileiro. Além de Herbert Moses, presidente da ABI que participou da criação da prêmiação, o júri era composto por Alvez Pinheiro (O Globo), otto Lara Rezende (Manchete), Danton Jobim (Diário Carioca) e Antônio Callado (Correio da Manhã).

Inspirado no Pulitzer, principal prêmio de jornalismo americano, o Prêmio Esso foi criado adaptado à realidade brasileira. O resultado da primeira edição concedeu um prêmio único em 1956 para a revista O Cruzeiro pela reportagem "Uma tragédia brasileira: os paus-de-arara", de Mário de Moraes e Ubiratan de Lemos. Os jornalistas viajaram em um caminhão pau-de-arara do Rio de Janeiro para o Nordeste e do Nordeste de volta para o Rio, e os dois viveram as dificuldades enfrentadas pelos nordestinos que fogem da seca. Mário de Moraes chegou a contrair tifo na viagem e ficou doente por três meses. Com fotos produzidas por Mário de Moraes e texto informativo objetivo e rico em personagens de Ubiratan de Lemos, a reportagem mostrou as frustações dos retirantes em busca de uma vida melhor no Sul do país.

A produção e publicação da matéria na revista O Cruzeiro, em 22 de outubro de 1955, foi uma tarefa tão ou mais difícil do que a própria conquista do prêmio, que recebeu poucas inscrições em seu primeira ano:


“Naquele mesmo mês, outubro de 55, Amádio (José Amádio, diretor de redação do O Cruzeiro) Lemos suaram a camisa para fazer (...). Mário voltou com tifo e caiu de cama por três meses. Ubiratan ficou na pressão, mas nada de Amádio publicar. ‘Ele tinha horror a coisa de pobre’, diz Mário. No fechamento da edição de 22 de outubro de 55, faltou uma matéria paga que a sucursal de São Paulo deveria mandar. A reportagem finalmente saiu” (CARVALHO, 2001, p. 326)


No site do Prêmio Esso, na parte "Linha do Tempo" estão os vencedores de todas as edições. Atualmente, além do Prêmio Esso de Jornalismo, são distribuídos prêmios em 11 categorias, incluindo Criação Gráfica e Primeira Página. A televisão também passou a fazer parte do concurso desde 2001.


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