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Foto Mauren McGee |
Um jovem,
mas nem tão jovem assim, filho do jornalista Tim Lopes, decidiu fazer um
documentário sobre a vida do pai. Bruno Quintella é jornalista e trabalha na TV
Globo. Ele foi até a PUC-Rio e falou do filme, da vida jornalística e, claro,
do pai.
A ideia
começou em 2004 quando o cinegrafista e amigo pessoal de Tim, Guilherme Azevedo
procurou Bruno nos corredores da emissora, onde ambos trabalham. Mas apenas em
2009 os dois registraram o argumento do documentário na Biblioteca Nacional. Em
2010, os depoimentos começaram a ser gravados. Amigos, colegas que trabalharam com ele e
pessoas que compartilharam da vida pessoal de Tim foram ouvidos.
Na
construção do trabalho, Bruno conheceu mais o jornalista Tim Lopes. Para ele,
as reportagens do pai eram como mini documentários. Tim tinha uma
característica de falar pouco em suas matérias e dar voz aos seus personagens.
Outra característica destacada pelo filho era o jornalismo humano do pai. Para
Bruno, explorar sentimentos não é jornalismo humano. Ele chegou a citar casos
recentes como exemplos, como o de Isabela Nardoni e o massacre da escola de
Realengo.
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Tim Lopes e Bruno Quintella |
O Bruno
também abordou duas questões sobre a rotina jornalística. A primeira foi sobre
os profissionais que migraram do impresso para o telejornalismo. Enquanto o
jornalista da TV fazia apenas o feijão com arroz da matéria, o jornalista do
impresso precisava apurar muitas informações para conseguir escrever mais. Por
isso, matérias consagradas no telejornalismo são de repórteres que migraram do
impresso. A segunda questão foi sobre o “jornalismo sentado”, ou seja, o
repórter que deixa de gastar sola de sapato para ficar na frente do computador.
Essa situação, segundo o Bruno, denota nas redações atualmente uma atitude
correta. Enquanto o profissional que está na rua, “está voando, dando migué”.
Bruno
ainda deu a visão dele sobre jornalismo investigativo, “Jornalismo
investigativo não é jornalismo de morro, não é jornalismo policial” e
complementou, “Jornalismo investigativo é, às vezes, você botar uma roupa e
pegar um trem”.
Curiosidades
Uma seleção de fotos do Making of do Histórias de Arcanjo, retiradas da página do documentário no facebook. Fotos Mauren McGee.