Todo ser humano está sujeito a cometer erros. No meio hospitalar, por
exemplo, erros podem levar até a morte de um paciente. Já o erro de apuração jornalística pode provocar estragos inimagináveis. A apuração é o processo de produção jornalística crucial na elaboração de uma matéria. Apurar é checar, perguntar, rechecar, desconfiar e, por fim, informar.
Os erros
não passam despercebidos. O leitor cobra. Uma falha considerada “boba” para o
autor da matéria pode causar transtornos na vida de uma fonte ou do alvo da
reportagem. Celebridades são quase sempre vítimas. Um conteúdo de
entretenimento errado sobre algum modelo, atriz, cantor, por vezes, param na
justiça. Por trás dos sites de “fofocas” estão jornalistas, e se são jornalistas,
devem apurar a informação antes de publicá-la.
Errou?
O erro é matéria e deve ser publicada. No
livro “A Arte de Fazer um Jornal Diário”, Ricardo Noblat fala da dificuldade de
publicar admissão de erros e lembra a atitude do Correio Braziliense:
“Em 3 de agosto de 2000, o Correio Braziliense cometeu
um enorme erro em matéria que foi manchete de primeira página. A manchete
dizia: “O grande negócio de Jorge”. Dava conta do envolvimento do ex-secretário
da presidência da República Eduardo Jorge Caldas Pereira em um negócio suspeito
com o Banco do Brasil.
A matéria estava errada de uma ponta a outra. E na
edição seguinte, o jornal assumiu o erro em manchete de primeira página.
A manchete “O Correio Errou” de 4 de agosto de 2000
ganhou o Prêmio Esso de Melhor Contribuição à Impressa. Ganhou também, na mesma
categoria, o Prêmio Claúdio Abramo de Jornalismo.”
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