domingo, 25 de novembro de 2012

ERRO DE APURAÇÃO


Todo ser humano está sujeito a cometer erros. No meio hospitalar, por
exemplo, erros podem levar até a morte de um paciente. Já o erro de apuração jornalística pode provocar estragos inimagináveis. A apuração é o processo de produção jornalística crucial na elaboração de uma matéria. Apurar é checar, perguntar, rechecar, desconfiar e, por fim, informar.

Os erros não passam despercebidos. O leitor cobra. Uma falha considerada “boba” para o autor da matéria pode causar transtornos na vida de uma fonte ou do alvo da reportagem. Celebridades são quase sempre vítimas. Um conteúdo de entretenimento errado sobre algum modelo, atriz, cantor, por vezes, param na justiça. Por trás dos sites de “fofocas” estão jornalistas, e se são jornalistas, devem apurar a informação antes de publicá-la.

Errou?

 O erro é matéria e deve ser publicada. No livro “A Arte de Fazer um Jornal Diário”, Ricardo Noblat fala da dificuldade de publicar admissão de erros e lembra a atitude do Correio Braziliense:

“Em 3 de agosto de 2000, o Correio Braziliense cometeu um enorme erro em matéria que foi manchete de primeira página. A manchete dizia: “O grande negócio de Jorge”. Dava conta do envolvimento do ex-secretário da presidência da República Eduardo Jorge Caldas Pereira em um negócio suspeito com o Banco do Brasil.

A matéria estava errada de uma ponta a outra. E na edição seguinte, o jornal assumiu o erro em manchete de primeira página.

A manchete “O Correio Errou” de 4 de agosto de 2000 ganhou o Prêmio Esso de Melhor Contribuição à Impressa. Ganhou também, na mesma categoria, o Prêmio Claúdio Abramo de Jornalismo.”
 
 

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